sexta-feira, setembro 29, 2006

AURIO CORRÁ



Aurio Corrá - Catedral Mística


Linha de pensamento, estado de espírito e expressão de uma forma de arte influenciada pela cultura oriental, a New Age vem crescendo e agregando adeptos no Brasil e no mundo todo desde seu surgimento, na década de 60. Há quem diga que a New Age já morreu, mas, é só você procurar nas prateleiras de lojas de músicas que você vai encontrar uma grande variedade de artistas e discos a venda. Uma das mais conhecidas é a cantora Enya, que recentemente gravou músicas para a trilha sonora da premiada série cinematográfica Senhor dos Anéis. E quem nunca ouviu aquela música meditativa em alguma loja mística, aulas de yoga ou sala de espera de consultórios médicos? Pois bem, podemos dizer que o estilo musical está sendo utilizado de forma diferente. A aplicação de seus princípios fundamentais no mundo capitalista se traduz como forma de combate ao stress, auxílio em técnicas terapêuticas e como lição de casa de relaxamento e meditação.


Raízes
Na década de 60 uma crise social e cultural se instala do mundo ocidental, mais precisamente nos Estados Unidos, através da insatisfação de alguns jovens hippies da época com os conceitos de religião, (pseudo) liberdade e consumismo impostos pelo sistema norte-americano. A busca por uma melhor qualidade e o sentido da vida são muito influenciados pelo pensamento oriental que invadia o continente preconizando uma nova visão do homem. O movimento New Age surge então como uma atitude de vida, uma manifestação de um processo interior que busca níveis de espiritualidade distante dos estabelecidos pelas religiões tradicionais que deixaram de satisfazer as necessidades de entendimento de determinados grupos. Formaram-se várias comunidades de estudo, tendo a adesão do mundo cientifico e literário daquele momento que promoviam discussões, investigações e estudos sobre filosofia oriental, assuntos esotéricos e místicos, obtendo resultados que acabavam restritos aos grupos. Hoje o cenário da New Age mudou. Ainda existem algumas comunidades, mas há uma quantidade significativa de pessoas que, buscam, individualmente, a compreensão da vida e isto é o que se considera o verdadeiro movimento Nova Era - caminhar livre de dogmas, idéias, métodos ou qualquer coisa que seja imposta ou dada por uma autoridade política ou espiritual.

A música New Age
Na New Age Music todos os elementos da música, como a melodia, harmonia, timbres, textura, ritmo e desempenho, recebem tratamentos específicos para atender às necessidades de um gênero reflexivo e meditativo. Ela é caracterizada pelo uso de estruturas harmônicas, seqüências e construções que estimulam a sensibilidade, evitando o jogo de tensão e revolução da harmonia tradicional da música ocidental, presente no jazz e no rock, por exemplo. Hoje, a ressonância de tom dos timbres de instrumentos acústicos e eletroacústicos mais a inserção da música eletrônica na New Age dos anos 70, tornou-se qualidade do estilo musical. Por esse motivo, esse realce dado ao som têm sido visto como uma parte integrante e importante da própria música; um aspecto fundamental de estilo ligado aos usos mais tradicionais do som em culturas de todos os cantos do mundo.A música New Age tem uma área de abrangência muito ampla e é subdividida em ramos, sem perder seu objetivo principal:

- Musica Cósmica: sinfônica e grandiosa;
- Space Music: timbres de teclados estéreos e mágicos;
- Healing Music: ou música anti-strees: criada com objetivo de relaxar o ouvinte;
- Xamãnica: rítmica e desenvolvida a partir de cantos místicos e instrumentos de percussão;
- New Age Light: estilo leve e suave com predominância de instrumentos acústicos;
- Meditativa: desenvolvida para dar apoio a trabalhos de meditação, com frases melódicas longas e continuas sem grandes mudanças harmônicas;
- Natural sounds: música acrescida de sons de natureza como pássaros, sons de riachos, mar e ambiência de florestas.

Aplicação Terapêutica
O estilo de vida também foi incorporado por terapeutas e psicólogos que trabalham com a música New Age em seus consultórios. As melodias utilizadas são elaboradas de forma simples e muitas vezes dentro de frases repetitivas de arranjos instrumentais que visam levar o ouvinte a um estado de relaxamento e equilíbrio, sendo aplicada também na prevenção e combate ao estresse, tratamento de crises e depressões emocionais e até no combate ao chamado estresse hospitalar, muito comum entre pacientes que precisam permanecer por longo tempo internados.Um exemplo de aplicação terapêutica da música New Age é a harpista Therese Schroeder-Sheker, que é chamada para tocar nos para pacientes terminais, a fim de que, com a sua música extraída de sonoros arpejos de harpa, venha facilitar o desprendimento e o desligamento espiritual do corpo dessa pessoa. Ela, além do conhecimento profundo de música, conhece também todo o mecanismo energético do momento da morte, podendo com isso facilitar esse instante para o indivíduo. Outro exemplo é o tecladista Richard Burmer que já produziu uma dezena de fitas de relaxamento tocando ao fundo, enquanto psicoterapeutas conduzem o trabalho de indução de relaxamento ou de regressão a vidas passadas do cliente. O trabalho musical dentro da New Age é complexo e essa é uma evolução em que o músico passa à condição de um terapeuta musical, criando uma visão muito mais humana dentro da arte.

New Age no Brasil
Quem é adepto da meditação, Reiki, ou qualquer outra terapia oriental provavelmente já ouviu falar e escutou o estilo musical o qual esta matéria abrange – New Age Music, assim como um de seus maiores ícones no país: Aurio Corrá.Formado em música clássico-erudita, é pianista, compositor, produtor, apresentador, professor de tecnologias de gravação analógico/ digital e especialista em New Age e música eletrônica. Contudo, é notável que a sua maior paixão está no primeiro estilo, já que conheceu o segundo buscando um aperfeiçoar-se aos princípios de vida e musicais do movimento New Age.Corrá teve seu primeiro contato com este nos anos 60, quando morava nos Estados Unidos, através da influência de um amigo. Sentiu afinidade com o som, até mesmo devido a sua formação cultural/ religiosa, passando a estudá-lo e ouvi-lo com freqüência. Assim começou um casamento fiel que dura até hoje.O músico já gravou dezessete CDs, entre eles o Chroma, lançado em 1997; Luzes, em 2001, e o mais recente, Anjos de Wiona, lançado este ano. No início, possuía sua própria gravadora, mas preferiu não continuar com o selo, pois afirma não possuir talento para os negócios nem paciência para brigas comerciais. Em entrevista ao site, Corrá falou com propriedade do estilo, criticando a banalização que vem ocorrendo com o mesmo que, segundo ele, começou quando as gravadoras perceberam a rentabilidade da New Age diante da sua aplicação comercial no mundo de hoje. Comentou ainda que, além do processo de banalização, outro ponto negativo que envolve a música é a falta de conhecimento adequado e responsabilidade de muitas pessoas que passaram a gravar Cds de New Age a partir de arranjos feitos no teclado e que não têm sentido musical, chegando até a causar estafa em quem está ouvindo. “A música exerce pressão sonora, promovendo estimulação corporal, que atinge determinado músculo e órgão. Se a música não é produzida de forma correta, não atinge seus objetivos”, explica Corrá. Ele critica também a falta de espiritualidade da sociedade atual. “As pessoas se ligam cada vez mais ao material e se esquecem do próprio ser”, ressalta. Por isso, entre seus projetos futuros, Corrá pretende promover workshops pelo Brasil com intuito de divulgar e levar o verdadeiro sentido do movimento New Age às pessoas. Quem quiser conferir o som de Aurio Corrá, pode sintonizar a rádio USP FM (93,7) de Segunda, Quarta e Sexta-feira às 23h. Neste horário, há quase vinte anos, o músico apresenta e produz o programa Alquimia, onde executa os estilos que estuda e aprecia.

Fonte: Juliana Mausbach e Daniela Vitale - www.bandasdegaragem.com.br


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Ouvindo: Leave it, Yes

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